Homare Sawa, a "Cristiano Ronaldo" japonesa

"Na altura, realmente recebi muita atenção. Quando olho para o passado, penso que alcancei algo fantástico e saber que fui a primeira jogadora asiática a receber esse prémio é uma grande honra", disse Homare Sawa, numa curta entrevista à agência Lusa.
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A japonesa Homare Sawa, vencedora da Bola de Ouro da FIFA de 2011, diz que o prémio não alterou a sua vida, mas reconhece que sente uma grande honra, principalmente por ser a primeira asiática a receber o galardão.

Algo tímida, e sempre num tom calmo e sereno, a jogadora de 33 anos explicou que a sua vida não sofreu grandes alterações desde que em janeiro subiu ao palco da gala da FIFA para receber a Bola de Ouro e rejeitou qualquer tipo de pressão.

"É um prémio que não ganhei sozinha, mas sim graças à equipa, por isso não me sinto particularmente pressionada", disse a jogadora de 1,64 metros de altura, e que mesmo assim é uma das mais altas do Japão.

No total são 176 jogos e 80 golos em quase duas décadas ao serviço da seleção nipónica, mas só em 2011 é que subiu à ribalta devido ao triunfo do Japão no Campeonato do Mundo, que decorreu na Alemanha.

"Já não penso muito nisso [no Mundial 2011], mas quando o faço ainda acho incrível termos vencido e a forma como vencemos. Foi muito importante para o país e partir daí a seleção ganhou muita atenção", recordou.

Nessa competição, Sawa foi muitas vezes comparada a Xavi, médio do FC Barcelona e de Espanha, por raramente falhar um passe e por ter um tipo de jogo simples, mas "mortífero" para os adversários.

Contudo, a sua passagem pelo Algarve tem sido especialmente marcada, não pelas exibições durante os jogos, mas pelo número de jornalistas japoneses que se concentra à sua volta e que viajaram meio mundo para seguir todos os passos da nova estrela nipónica.

Com a conquista do Mundial2011, a seleção feminina passou a ser o centro das atenções no Japão e assim nasceu a "Sawamania".

"Portugal tem Cristiano Ronaldo, a Argentina tem o Leo Messi e nós temos a Homare Sawa. Todos querem ver ela jogar", contou o jornalista Takashi Sugimoto à agência Lusa.

Por essa razão, o Algarve foi praticamente "invadido" por mais de meia centena de jornalistas da terra do sol nascente e os jogos e treinos são transmitidos em direto para o país.

"Os jogos dão lá à noite, às 22:00, 23:00, mas as pessoas não se importam de ficar acordadas até mais tarde para ver", explicou Sugimoto.

Depois de, na edição de 2011, a passagem da seleção japonesa pelo Mundialito ter passado algo despercebida, apesar do terceiro lugar alcançado, este ano a federação japonesa decidiu limitar ao máximo as aparições Sawa junto da comunicação social.

Para os jornalistas estrangeiros, a centrocampista japonesa tem que cumprir o protocolo da federação e falar na língua do seu país, isto apesar de ter estado vários anos a viver e a jogar nos Estados Unidos.

As perguntas também têm que ser previamente combinadas e as entrevistas nunca poderão durar mais do que cinco minutos.

A melhor jogadora do mundo e a seleção do Japão continuam no Algarve até quarta-feira, dia em que termina a 19.ª edição do Mundialito do futebol feminino. A participação na prova lusa está integrada na preparação para os Jogos Olímpicos de Londres2012, onde as nipónicas vão lutar pela medalha de ouro.

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